domingo, 4 de outubro de 2015

PRECISA-SE DE PREGADORES COMO FILIPE

Inicialmente, vale ressaltar que a seara é grande e há carência de ceifeiros. Contudo, há necessidade de bons ceifeiros, não de homens inabilitados para o manuseio das ferramentas usadas na colheita, do contrário, além de haver grande possibilidade de prejuízo próprio, há também chances de danificar os campos.

Em Samaria chegou, certa vez, um diácono chamado Filipe, o qual, assim como outros, fugiam da perseguição em Jerusalém (At. 8.4-8). Filipe pregava a Cristo aos de Samaria, anunciava ao que fora morto e reviveu à multidão e estas atendiam unânimes às coisas que o pregador dizia, ouvindo-as e e vendo os sinais que ele operava; havia cura, demônios eram expulsos; grandes coisas aconteciam ali pela manifestação do poder de Deus.

Pensemos então, Filipe estava agora no centro das atenções do povo de Samaria, certamente era celebrado por aqueles moradores, pois podia fazer coisas grandiosas e nessas condições era muito cômodo ali ficar, tendo alegria em participar de grandes cultos.

Sabendo que o coração do homem é enganoso e dele procedem todos os males, não é exagero afirmar que, aos olhos humanos, aquele ministério para Filipe era coisas mui desejável e que, se pudesse, não acabaria. Com isso, podemos fazer uma analogia com os ministérios atuais, não? Homens que são levantados por Deus de lugares desconhecidos, obscuros e, de repente, estão sob holofotes, contudo, mesmo que Deus queira apagar as luzes eles insistem em lutar com o Senhor, e isso para que o Mestre mantenha a casa cheia, os hotéis aconchegantes, os vôos constantes, os cachês volumosos e os abraços e honrarias constantes.

A Samaria resolveram enviar apóstolos, a saber, Pedro e João, os quais foram poderosamente usados por Deus naquela cidade (vv. 14-25).

Quanto a Filipe, vemos que o Senhor resolveu transferi-lo para outro lugar a fim de continuar fazendo a importante obra de Deus. Um público maior, isso? Não, pelo contrário, tirou o Senhor seu servo do centro da atenções e levou-o para um caminho deserto (v. 26), e para isso acontecer não foi necessário retirá-lo à força de Samaria, não, apenas um anjo falou que fosse ao lugar determinado e ele assim o fez. Noutros lugares, convites a descer a um "ministério menor", ou a falar a poucas pessoas soa como desonra, como se Deus tivesse o compromisso de manter seus "servidores efetivos" em lugar de destaque e não transferi-los a bem do serviço do reino.

Filipe, agora, desce a pregar a um homem que seguia para sua terra em uma carro. Assentado e lendo o Texto Sagrado em Isaías o viajante nada entendia, mas aproximando-se  Filipe ouviu o que era lido, indagou se o homem compreendia, e tendo este dito que não, Filipe cumpre a missão de ensinar, ainda que a um só homem. Desse episódio registrado em Atos 8.26-38, resultou a conversão e imediato batismo de um que provavelmente levou a santa mensagem ao seu povo.

Filipe, depois, achou-se noutro lugar evangelizando, não importando-se com o número de ouvintes, mas fazendo o que o Senhor da seara determinava.

Precisa-se de pregadores assim, fieis diante de grandes auditórios, mas obedientes e alegres em pregar a um só.  Do contrário, penso que os que selecionam a parte da seara a que falam talvez sejam sócios do Dono, ou talvez saibam administrar melhor do que aquele ordenado os trabalhadores.

Um comentário:

  1. Sócios do Dono! ... uma boa colocação... uma mente enganada por um coração envaidecido... um bom artigo!

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