terça-feira, 12 de maio de 2009

NÃO GOSTAMOS DE CEDER.


A lição número 06 da revista Lições Bíblicas do trimestre corrente, estudada no último domingo, trazia o seguinte título " Demandas Judiciais entre os Irmãos". A lição foi de grande valia, alguns alunos, inicialmente, pensavam que independente dos princípios cristão podemos acionar o judiciário para resolver nossas questões, ainda que entre irmãos, sem observar a máxima do comportamento dos servos do Cristo: o amor.
O conteúdo da lição me fez lembrar de algo que a Bíblia relata em Gênesis 13, a separação de e Abraão ( naquela ocasião Abrão, ainda). O texto bíblico relata que os dois tinham muitas posses e a terra ( onde estavam) não podia sustentar os dois, seus rebanhos.
Que fazer então? Havia um problema que necessitava de solução, havia muita terra diante dos olhos de ambos e deveriam se separar devido à contenda que existia entre os pastores do rebanho de ambos os lados (v 7).
Sabe-se que Abraão, o pai da fé, invocava ao Senhor, ele o conhecia pois o Senhor se revelara ao patriarca (Gn 12), Abraão sabia quem era o Senhor, estava caminhando sob orientação do altíssimo e, conhecendo a voz do Senhor, certamente buscaria estar sob sua vontade para que tudo lhe corresse bem. É assim também hoje, aqueles que temem ao Senhor são guiados pelo Seu Espírito e se inclinam para as coisas do Espírito (Jo 14.26; Rm 8.5).

Estando o pai da fé diante do problema com seu sobrinho propôs uma solução para um fim sem contendas, sem richas: " Disse Abraão a : Não haja contenda entre mim e ti e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos parentes e chegados. Acaso, não está diante de ti toda a terra? Peço-te que te apartes de mim; se fores para esquerda, irei para a direita; se fores para a direita irei para a esquerda." (vv 8,9). Ao fazer tal proposta, Abraão não estava pretendendo resolver a questão separando-se de , não, não era esta a questão,a separação era necessária por causa do rebanho, mas e Abraão não tinham problemas pessoais que os impediam de ficar juntos.

No versículo 4 vemos que Abraão já estivera naquele lugar outrora, havia ali edificado um altar ao Senhor e ao chegar ali, novamente, o invocou. O Patriarca sabia como invocar a Deus, sabia que sua jornada era algo vindo do Senhor, estava sob sua inteira dependência e não podia ser bem sucedido se não fosse guiado por Deus. Abraão fez uma proposta, para resolver o problema, que mostra que ele estava na dependência do Senhor, ele certamente poderia ter escolhido a terra que quisesse, mas não o fez, preferiu agir sem olhar para os interesses próprios, preferiu o melhor para o próximo, preferiu não bancar o esperto e escolher a melhor parte da terra aos olhos: "E levantou os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. Então escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu para o oriente, e apartaram-se um do outro." (vv 10,11).Assim fez Abraão, permitiu que escolhesse o melhor da terra, o patriarca portanto permaneceu em Canaã.

Não deve ser nossa conduta como a de Abraão? Não devemos desejar o melhor para o nosso próximo? Todos respondem sim, mas o problema talvez não esteja em saber o que se deve fazer, mas em fazê-lo. O viver o que se prega, o que se ensina, é difícil para quem quer que seja, mas não impossível. Naquilo que depender de nós devemos ter paz com os homens, assevera as Escrituras, basta fazermos como os crentes de Corinto foram instruídos a fazerem: " Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes , o dano?

A vida cristã deve ser pautada no amor, não em um amor fingido, interesseiro, não em atitudes que se maqueiam de amorosas mas que no fundo visam a recompensa. Abraão sofreu o dano, ficou com o que restou, mas de nada adianta as campinas do Jordão sem a benção do Senhor, de nada adianta os bens materiais, o esforço humano, se o Senhor não estiver no negócio (Sl 127 ).
Talvez pensemos: não é justo que o tio de fique com a parte da terra que não é tão bela e viçosa, não é justo. E quem disse que entendemos de justiça, nossos atos justos são como trapo de imundícia, não sabemos nada quanto ao que deve ou não ser justo, nossa justiça é tendenciosa, busca os interesses humanos, não é imparcial. Se Deus fosse executar justiça sobre nós, já que gostamos tanto de ser justos, onde estaríamos? Qual deveria ser nossa recompensa?
Mas ele é amor, deixou-nos o exemplo maior que o de Abraão, preferiu a cruz, preferiu o lugar mais difícil para nos dar vida e nós, não raras vezes, não seguimos seu exemplo de amor, mas buscamos nossa justiça, nossa recompensa, nossos direitos de ser, de ter.
Busquemos pautar nossos atos pelo amor, olhando para o consumador de nossa fé, que sendo em forma de Deus não usurpou ser igual a Deus, antes esvaziou-se de si mesmo tomando a forma de servo, abraçando a cruz por amor de mim e de ti. Será que podemos agir tendo como exemplo este amor,levantando os olhos, tirando de nossas vistas apenas nosso umbigo e olhando para nosso próximo?

" Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (Jo 13. 34,35)

Nele, em quem há abundância de amor, não só em Palavras, mas em atos.

5 comentários:

  1. .

    Misericórdia, e paz vos sejam multiplicadas, irmão em Cristo, João Paulo Mendes.

    Que faremos, pois, se aquele que, se dizendo irmão, for devasso, ou avarento, ou maldizente, ou roubador, e de alguma maneira nos causar dano??

    Outrossim, nos ensina a sã doutrina, a sermos submissos as autoridades, e estas constituíram leis e juízos para que, qualquer demanda em que ocorra litígio, sejam prontamente acionado o magistério!!!

    Mas, se aquele que se diz irmão, nos causar danos (a própria Palavra nos orienta a nos desviar dele), assim, nos é assegurada a formuladora ação judicial contra tal avarento???

    Caso contrário, por exemplo, qual seria o recurso que sinceros irmãos teriam no caso de serem lesados por falsos pastores que introduzem os dízimos como forma de seus ganhos em detrimento a outrem???

    Nos interesses de Cristo e Sua Igreja.

    Fraternalmente.

    James.

    Jesus, o maior Amor ///
    Comunidade "Adoradores em Casas"///
    ...
    ..
    .

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  2. Paz do Senhor caro irmão James,

    Suas colocações são muito pertinentes e também foram observações feitas em sala de aula.

    É certo que Paulo não trata destes casos em particular, mas vejo como uma resposta à primeira colocação o que está registrado em Mt 18.15-17 "Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano".Se um pseudo irmão lesar um cristão penso que pode ser que hava a possibilidade de levá-lo a juízo; quando o Senhor disse que constituiu uns na igreja até mesmo para governantes (ICo 12.28), creio que o propósito era justamente para orientar o rebanho, dar instruções e buscarem a melhor saída para os problemas que envolvem os crentes, uma orientação neste caso seria o ideal, tenho em vista que deve-se analisar a questão.

    Quanto aos nossos irmãos que são vítimas de lobos disfarçados de ovelhas, falsos pastores, eles podem recorrer ao corpo ministerial de sua igreja, à convenção em que está ligada; se não há um pastor digno de confiança, não há um corpo de obreios e a igreja não é ligada a uma convenção, creio que o cristão deve-se desligar de tal comunidade.

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  3. Grande JP,

    Muito esclarecedora sua reflexão.

    Podemos dizer que Abraão já estava vivendo algo que Cristo iria propagar muitos anos depois.

    Teremos nós a mesma coragem?

    Abraços fraternais,
    Junior

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  4. Grande irmão Junior,

    Realmente há semelhança na atitude de Abraão com os ensinamentos de nosso SENHOR Jesus, também há semelhança no fato de Abraão se dispor a sacrificar Isaque em obediência a Deus, a provisão do cordeiro apontava para o Cordeiro, Cristo, através de quem temos a oportunidade de nos achegarmos a Deus por ser Seu sacrifício perfeito.

    Coragem!
    Saber o que deve se feito até sabemos, mas fazê-lo exige de nós uma atitude verdadeiramente cristã.Que o Senhor nos ajude a agir guiados pelo amor.

    Abraço.

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  5. Texto interessante e muito edificante, tem casos que são bem complicados mesmo, mas independente de qualquer coisa devemos como irmaos em Cristo nos amar para a glória de Deus!

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