
Paulo afirma na carta escrita à igreja em Corinto que se a ressurreição não fosse verdadeira nossa fé seria vã, sem sentido, sem lógica, infundada, contudo, se Cristo ressucitou Ele é o Fillho de Deus e nossa esperança é real e verdadeira , assim como todas as Suas Palavras e promessas.
"E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé." I CO 15.14
Os livros de apologética têm tratado sobre a questão da ressurreição de Jesus sobre vários aspectos e sob o olhar de vários examinadores, quero aqui citar um deles, Gary Habermas, estudioso que segundo Geisler "completou a mais ampla investigação já feita até o momento sobre o que os estudiosos acreditam a respeito da ressurreição de Jesus. Habermas reuniu mais de 1.400 obras dos eruditos mais críticos que falam sobre a ressurreição de Jesus, escritas de 1975 a 2003. Na obra The Risen Jesus and Future Hope [O Jesus ressurreto e a esperança do futuro] ".[1]
São vastos os argumentos de Habermas e outros estudiosos sobre o assunto, não só os estudiosos cristãos, sejam eles de posicionamentos teológicos diferentes ou não, concordam com o fato histórico da ressurreição de Jesus como também alguns céticos veem o acontecimento como um fato, é o caso do filósofo ateu Michael Martin que afirma a ideia de que Paulo realmente encontrou-se com o Jesus ressurreto: "Entretanto temos apenas um relato de uma testemunha ocular contemporânea sobre a aparição de Jesus após a ressurreição, a saber, o de Paulo"[2]
Vejamos alguns dos pontos mais claros que mostram evidências satisfatórias da ressurreição de Jesus, lembrando que seria impossível transcrever e abordar aqui todos os argumentos que colaboram com essa visão.
O Testemunho de Paulo e dos discípulos
Segundo o texto bíblico Paulo era um perseguidor da igreja cristã, consentiu na morte de Estevão (At 8.1) e oprimia os cristãos sob perseguição cruel (At 8.3); como se converteria instantaneamente ao cristianismo? Àquilo que perseguia e era considerado por ele como um mal à sociedade judaica? Somente um real encontro com Jesus Cristo poderia fazer com que Paulo se convertesse, e esse encontro é narrado por ele mesmo em Atos quando ele pediu ao Sumo Sacerdote carta autorizando-o a prender cristãos em Damasco. No caminho para Damasco deparou-se como uma forte luz e uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Atônito ele pergunta quem era e o próprio Jesus responde a Saulo revelando-se a Ele como o Senhor da igreja, era Jesus a quem ele perseguia. Ao chegar no destino Paulo já era outra pessoa, sua experiência o fizera abandonar seu primeiro propósito de perseguir os cristãos tornando-se agora um seguidor de Cristo. Por inúmeras vezes Paulo testifica da veracidade da ressurreição de Jesus (I Co 9.1; 15.8; Gl 1.16).
Em I Co 15.3,4 Paulo afirma ter recebido o ensinamento da morte e ressurreição de Cristo de outras pessoas, dos outros apóstolos provavelmente, isso estava de pleno acordo com a experiência que tivera a caminho de Damasco com Jesus ressucitado, o ensinamento de Jesus da ressurreição já era corrente entre todos os cristãos da época pois muitos já haviam testificado
da aparição do Messias após sua morte: Maria Madalena (Jo 20.10-18); Maria Madalena e outra; Maria (Mt 28.1-10); Pedro (1Co 15.5) e João (Jo 20.1-10); Dois discípulos (Lc 24.13-35); Dez apóstolos (Lc 24.36-49; Jo 20.19-23); Onze apóstolos (Jo 20.24-31) Sete apóstolos a o 21); Todos os apóstolos (Mt 28.16-20; Mc 16.14-18); Quinhentos irmãos (1Co 15.6); Tiago (1Co 15.7); Todos os apóstolos (At 1.4-8)
O que levou os discípulos de Jesus a uma transformação tão repentina? O que poderia ter acontecido a eles que os levassem a doar a vida pela causa de Cristo?
Não há resposta melhor de que o fato que Jesus realmente aparecera a eles após a Sua morte. O sepultamento do Jesus é informado em fontes antigas que Paulo inclui na sua primeira carta aos Coríntios ( 15.4), esses relatos podem se datados de aproximadamente cinco anos após a morte de Jesus, portanto não podem ser lendários, o espaço de tempo é extremamente curto para a criação de uma lenda e fixação, também havia nos dias de Paulo testemunhas vivas da ressurreição de Jesus, eles podiam atestar que os relatos eram verdadeiramente fiéis.
A transformação dos discípulos foi algo singular e incontestável, de forma instantânea eles passaram a crer que Jesus lhes havia aparecido e estavam agora dispostos a darem a vida pela causa de Cristo, a convicção deles foi tão forte que já não achavam relevantes os temores e provações que poderiam passar, pois a ressurreição de Jesus garantia-lhes o céu. Veja o que Pedro relata em sua carta, ele que foi testemunha ocular do Jesus ressurreto:" Bendito seja o Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcecível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais,embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações."I Pe 1.3-5
A convicção de Pedro e dos outros discípulos que Jesus havia ressucitado era tão forte, que levou muitos deles a serem martirizados pela sua fé, por sua convicção na vida eterna garantida por aquele que havia vencido a morte; a história da igreja está repleta de pessoas que deram a vida pela causa de Cristo, não só as testemunhas oculares mas vários cristãos tiveram suas vidas transformadas pela realidade da ressurreição de Cristo, realidade que é crida até hoje e que tem feito pessoas paderecerem por sua fé em vista da convicção do céu que lhes aguarda. No século XIV a história nos relata que John Huss foi morto pela causa de Cristo, por crer e propagar as verdades do Evangelho morreu queimado cantando Salmos e profetizando: " hoje vocês queimam o ganso ( Huss na língua Boêmia significa Ganso ) mas daqui há cem anos Deus levantará um Cisne a quem não podereis queimar." O que aconteceu: 102 anos mais tarde,1517, Martinho Lutero iniciou oficialmente a Reforma Protestante. É incontavel o número de pessoas que doaram a vida pela causa de Cristo, tanto nos dias apostólicos como após, e até os dias de hoje pessoas morrem por não negarem a Cristo.
Outro importante fato que nos mostra a veracidade dos escritos acerca dos testemunho real da ressurreição de Jesus é o registro de que mulheres viram-no ressurreto, o testemunho de mulheres não era considerado fidedigno, por isso eram proibidas de testemunharem nos tribunais judaicos, só a veracidade do fato poderia levar os escritores a registrar o testemunho delas.
Também sabemos que José de Arimatéia foi quem emprestou o túmulo para o sepultamento de Jesus, isso nos leva a entender que todos sabiam a localização exata do túmulo de Jesus, era algo público; é conhecido que Arimatéia era membro do sinédrio que condenara Jesus e é impensável que um grupo de religiosos envolvessem o nome de um membro do sinédrio em uma mentira. Esse fato também mostra-nos como a ressurreição de Jesus é algo verdadeiro.
O fato de Jesus ter ressucitado nos tem movido até os dias de hoje, levando-nos a defender uma fé centrada no filho de Deus que se doou em favor de toda a humanidade e que uma vez mais voltará para nos levar para junto dEle, mas ainda que não testemunhemos tal acontecimento maravilhoso estaremos com Ele quando fecharmos os olhos para este mundo.
" Se Jesus de Nazaré realmente ressucitou dentre os mortos, então nós temos um milagre divino em nossas mãos e, assim, uma evidência da existência de Deus"[3]- Willian Lane Craig.
Portanto nossa fé não é vã, e nosso credo é imcomparavelmente distinto dos apresentados por outras religiões, nossa fé está fundada em algo totalmente fiel e verdadeiro, o que nos distingue de todos os outros seguidores de qualquer religião no mundo, a verdade absoluta existe e ela está em Cristo.
Bibliografia:
GEISLER, Norman; TUREK, Frank. Não Tenho Fé Suficiente para ser Ateu . 2ed. São Paulo: Editora Vida Acadêmica, p. 222.
BECKWITH, Francis J.; CRAIG, Willian L.; MORELAND, J. P.; Ensaios Apologéticos, Um Estudo para uma Cosmovisão Cristã. 1ed.Dezembro: Hagnos, p.225.
STROBEL, Lee. Em Defesa da Fé. 2. ed. São Paulo. Editora Vida Acadêmica, p. 109.