Há três anos, em 13 de Janeiro de 2011, eu e minha esposa estávamos
pela manhã em um hospital da cidade para ela dar à luz nossa segunda
filha.
A Sarah nasceu duas semanas antes do previsto em razão de um pequeno problema ao final da gestação.
Como no primeiro parto, tudo correu bem e dentro de pouco tempo
depois de ter entrado na sala de cirurgia estávamos no quarto com o
bebê.
Como em todo acontecimento dessa natureza, depois de alguns minutos
no quarto com a mãe e a criancinha o pai tem que sair para resolver
algo, comprar algum remédio etc., e assim foi.
Passado algum tempo voltei. Tal foi a surpresa quando entrei no
quarto do hospital e a criança não estava lá; minha esposa chorava e
veio a explicar: a Sarah mamou e depois engasgou, não conseguiu engolir e
ficamos desesperadas, gritamos a enfermeira e levaram ela para a UTI.
Talvez eu não nunca tenha ficado mais abatido do que naquele momento, e passava o tempo e não tínhamos notícias.
Andando pelo corredor do hospital, senti claramente o Senhor a me
lembrar: “Eu que dou a vida; Eu que posso tirar”. Daquele momento em
diante eu tinha plena convicção que se Deus quisesse tomá-la nada
poderíamos fazer, mas se quisesse que ela vivesse nada poderia tirar a
pequenina de nós.
Voltei então para o quarto.
Depois de algum tempo veio o pediatra trazendo em uma das mãos, como
um troféu aquele bebê com a barriguinha para baixo; o médico perguntou
(em tom de brincadeira): e isso que vocês estavam esperando? Em lugar da
resposta sorrimos, nos alegramos.
Recebemos uma explicação do que poderia ter acontecido e ficamos ali
aquela noite, contudo, não pregamos os olhos, revezamos à noite toda
vigiando a criança que dormia.
No dia seguinte fomos embora: eu, minha esposa, a criança e o medo de
alguma coisa acontecer. O medo não afastou nada e nos próximos meses
vivemos um período de muito susto, tensão, incerteza.
Em casa a crise foi repetida, era a criança mamar que engasgava e
tinha dificuldades para “voltar”. Depois, indo ao médico, descobrimos
que sofria de refluxo.
Daí em diante parece que vivíamos em tensão o dia todo, em cada
mamada a expectativa de ver a criança dar a crise e não conseguir
respirar; às vezes com tapinhas nas costas ela voltava rapidamente; às
vezes demorava a ponta de bater desespero, gritos, choro, correria para o
médico, mas a bondade de Deus já se revelava diariamente, pois sempre
que acontecia estávamos com ela nos braços e nunca aconteceu com ela
dormindo ou longe de alguém, o que poderia ser fatal.
Durante seis meses passamos por este problema, orando, chorando, pensando em tudo.
Voltando um pouco, foi no 15º dia do nascimento que sua irmã mais
velha (a Rebeca tinha pouco mais de dois anos) chegou ao lado do berço
em que a pequena dormia e começou a cantar: “parabéns pra você, nesta
data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida”. Naquele momento,
a última parte da canção bateram em meus ouvidos e me fizeram
despertar, então pensei no trecho novamente: “…muitas felicidades, muitos anos de vida“. Em meu coração tive a certeza de ser da parte de Deus que ela teria “muitos anos de vida”
e era Deus falando através da primogênita que iria guardar a Sara, que
ela não morreria. Mas ainda assim, com medo de ser algo simplesmente do
meu lado paterno, guardei no coração a mensagem.
Vencidos os seis meses de tratamento tudo estava normal.
Há dois dias comemoramos o aniversário de 3 anos da Sarah. Ela está
bem, aliás muito bem. Estuda, brinca, corre, canta no Harpa de Davi
(conjunto infantil da igreja), recita até o Salmo 23, mas pula algumas
palavras e outras não pronuncia tão bem.
A cada ano comemoramos o aniversário do nosso milagre com mais e mais
gratidão, pois sabemos que cristãos também passam por momentos
difíceis, duros, em que aprendemos muitas coisas; aprendemos que somos
impotentes em muitas circunstâncias; que somos frágeis; que somos
passageiros; mas também aprendemos que Deus está conosco, e que apesar
de nossa limitação Seu cuidado dá a vida, dá alívio, dá paz.
Certamente, todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus.
Creia nEle.
Irmão João Paulo, graças a Deus por esse lindo milagre na vida da sua pequena! Deus continua abençoando vocês!
ResponderExcluirUm abraço,
Pr. Juber
Graças a Deus por Sua misericórdia e o privilégio da vida de sua segunda filha. Que Deus vos abençoe grandemente.
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